Eurídice, Magé é o CU DO MUNDO sim!

Há alguns dias, recebi um comentário muito amável, da nossa amiga e leitora Eurídice Braga, que me impeliu a respondê-lo. Aí está:

eurídice Magé comentário

    Querida Eurídice, você disse que Magé é “lindíssima (com superlativo), rica em história e tem o povo mais hospitaleiro” que você conheceu. Posso, com muita boa vontade, aceitar os adjetivos que você empregou para qualificar nosso município. Apenas não consigo entender a causa de tantos elogios

    Eu gostaria de saber que lugares de Magé você visitou, que livro de História você leu e com que pessoas você se relacionou pra chegar a estas qualidades. Será que você visitou a Mansão Cozzolino em Raiz da Serra? Em que livro há a história de Magé especificamente, senão em livros sobre Guapimirim ou diluída em parcas passagens de outros livros? Que povo é esse de que você fala? Será que é mesmo possível generalizar?

    Diferentemente de cidades turísticas como as que você citou – Petrópolis e Teresópolis – Magé não compartilha das belezas urbanas e rurais encontradas em outros municípios. Nosso município tem uma história, como todos têm. Mas ela está diluída e fragmentada nos poucos livros que comentam sobre o assunto (há um livro contando a história de Guapimirim em que Magé é mencionada). A primeira Estrada de Ferro, a fazenda fundadora da região, a origem de seu nome e suas peculiaridades, os pontos turísticos (se é que podemos, de fato, chamá-los assim), Mané Garrincha, suas festas típicas e lendas estão espalhadas na memória de alguns moradores mais idosos ou em registros textuais e virtuais mal guardados e mal cuidados pela secretaria de Educação e Cultura.

     Se quiser um pouco de História de Magé, aí está. É só clicar. Mas isso não é suficiente.

    Concordo com você, Eurídice. Magé é uma cidade de passagem (ou cidade-dormitório, como classificam os livros de geografia). Mas não passa disso: ou as pessoas têm que morar aqui ou elas apenas passam por aqui. 

  Infelizmente, nosso município não é belo (e está longe de ser lindíssimo), sua história não é conservada (não há projeto de restauração e conservação para seus pontos históricos) e as pessoas não tem tempo de ser hospitaleiras, pois têm que trabalhar de sol a sol para ter algum sustento (muitas vezes, fora do município). E pra não piorar as coisas, nem mencionei os políticos que nos ludibriam e nos sugam ano após ano.  

    Não gostaria, Eurídice, que você tirasse suas conclusões apenas por ter “passado” por Magé. Da próxima vez, fique mais um tempo, ande pela cidade, visite outros bairros. Então, você verá que Magé é, de fato, o CU DO MUNDO.

Há guardas municipais em Magé?

Navegando pelo site da prefeitura de Magé (é, nosso município tem um site na internet, você sabia?), descobri que os guardas municipais estão participando de cursos de reciclagem…

salva vidas guardas municipais magé

… mas a pergunta que não sai da minha cabeça é: DESDE QUANDO HÁ GUARDAS MUNICIPAIS EM MAGÉ? QUANDO HOUVE CONCURSO PRA ESSE CARGO? ALGUÉM PODE ME DIZER?

Memórias de Magé: boa iniciativa, mas…

A prefeitura de Magé está veiculando em seu site o Projeto Memórias de Magé. O objetivo é reunir fotos que contribuam com a construção de uma história do nosso município. Como podemos ver abaixo, há uma foto antiga do prédio da prefeitura, de alguns bairros e do saudoso Mané Garrincha. Boa iniciativa, mas…

projeto memórias de magé  … por que não recuperar a PRIMEIRA ESTRADA DE FERRO DO BRASIL, que está abandonada às margens da estrada de Bongaba? Por que não reformar o TÚMULO DE GARRINCHA e por abaixo aquele monumento ridículo que é o mausoléu do Ney da Núbia? Por que não restaurar as IGREJAS e suas instalações, tão pertinentes à história religiosa de nosso município? Por que não construir um MUSEU em Magé?

      Isso não pode ser feito porque é trabalhoso e dispendioso? Vale repetir, a iniciativa é boa. No entanto, é muito pouco para um projeto que almeja recuperar “a memória da nossa cidade”. Reunir fotos antigas servirá para a montagem de uma exposição fotográfica que nos dará alguns momentos de nostalgia, mas que, logo após, vai se perder na volatilidade da lembrança. Se o intuito é materializar a memória, melhor seria criar um espaço permanente e eficiente para guardar todo este acervo: um MUSEU.

        Um museu permitirá que as escolas possam promover excursões, palestras e aulas expositivas usando o acervo fotográfico do projeto. A recuperação da ESTRADA DE FERRO, do TÚMULO DE GARRINCHA e das IGREJAS proporcionará a materialização da memória do nosso município e fará com que os alunos conheçam de fato a história de Magé. Sem contar que pode estar aí o início de uma atividade turística em nossa cidade.

         Espero que o projeto seja apenas o primeiro passo para algo maior e melhor. Espero que ele não se torne mais uma iniciativa visando uma estúpida promoção política.