O Estado chegou nas comunidades carentes

A mídia é categorica em dizer que o Estado retomou o Complexo do Alemão. Quando ele se fez presente lá para usar a palvra retomou? Se em algum dia o Estado foi presente naquele lugar, não deveria nunca ser uma favela…

A verdade é que o Estado só chega nesses lugares com uso de violência, não chega com saneamento básico, educação, saúde ou de qualquer outro jeito como chega, por exemplo, no Leblon (inclusive é a terceira vez que  policiais tomam favelas do Complexo do Alemão, a última delas foi na mesma Vila Cruzeiro  em 2008 quando o BOPE esteve lá e fincou sua bandeira). Imagina o Estado se fazendo presente assim no Senado, na Câmara!? Imagina o Estado falando pro próximo prefeito de Magé: “Vamos ficar de olho nas contas públicas de Magé!”

Aí eu ia querer ver…

Ia ter muita morte!!!!!!!!!

A Família que Precisa ser Banida de Magé!

Quem olha pra esta foto e lê estes cartazes, por um breve momento, até acredita em todo este apoio à ex-prefeita Núbia Cozzolino.

Mas nós mageenses estamos ‘carecas’ de saber que esta passeata não passa de uma cruel manipulação da prefeitura de Magé, que emprega pessoas sem concurso público, dando abertura para forçar o funcionário a ser um mero ‘fantoche municipal’.

Desde 2008, estamos sendo sucessivamente bombardeados por notícias, nas páginas policiais, nos telejornais e revistas, sobre o envolvimento da família COZZOLINO em licitações forjadas, formações de quadrilha, manipulação política, manipulação indevida do dinheiro público, contratações sem concurso, abuso do poder público, alteração de combustíveis e assassinatos misteriosos. Isso pra ficarmos em apenas alguns casos já noticiados.

Com o afastamento de Núbia, Rozan Gomes, seu vice, assumiu a prefeitura. Mas quem pensa que foi uma transição tranquila está enganado. O presidente da câmara dos vereadores Dinho Cozzolino ainda tentou assumir o cargo deixado pela irmã, mas foi impedido pelo TRE. Ainda não há nada resolvido. Mas nem é preciso resolver porque onde vê-se Rozan Gomes, lê-se Núbia Cozzolino. Nada vai mudar.

A gestão da prefeita Núbia, além de ter sido marcada por sucessivas fraudes e casos policiais, também é marcada por programas populistas de assistência imediata, que nada mais são do que uma maneira rápida e fácil de angariar mais votos. Manipular a pobreza é a melhor forma de perpetuar-se no poder.

Como se não bastasse, ainda em sua gestão, o transporte público mageense entrou em colapso. A transportadora REGINAS retirou seus ônibus do município e, em seu lugar, passamos a conviver com a paulista ALFA RODOBUS – uma empresa de transporte (todos sabemos) afiliada à família COZZOLINO. Ônibus mal conservados e muito desconfortáveis, frota reduzida, horários desorganizados, validadores ausentes, funcionários mal educados (e somente recentemente foram uniformizados) e passagem absurdamente cara. Como uma empresa, com todos estes requisitos, ganhou o processo de licitação? Ninguém sabe. Se mesmo houve um processo de licitação, não ficamos sabendo.

MAS… O QUE QUEREMOS COM ISSO?

Queremos lembrá-los que de política não se faz com programas assistencialistas; não se faz com discursos vazios; muito menos com demagogia. Política não se faz com compra de votos; não se faz com ‘cabresto’; e não se faz com a idoneidade manchada. POLÍTICA SE FAZ PARA O BEM ESTAR COMUM e não para ser um trampolim financeira. O DINHEIRO PÚBLICO TEM DONO, apesar de muitos vereadores e prefeitos acharem o contrário.

A família COZZOLINO tem roubado Magé desde Renato Cozzolino, o pai, e enriquecem sem parar: escolas, postos de gasolina, caminhões, empresas de ônibus, empresas de construção civil, cursos de idiomas, terrenos, mansões luxuosas e carros. É a família mais rica e influente do município e, (coincidência?) uma família de políticos.

É preciso BANIR ESTA FAMÍLIA DE MAGÉ – todos eles, sem exceção.

Somente desta maneira Magé será um município isento de mazelas e de injustiças. Somente SEM COZZOLINOS NO PODER POLÍTICO, Magé será um município voltado, de fato, para o bem-estar de nós moradores.

refletir…

A sociedade convive com as causas e as consequências da violência desde os tempos mais primórdios. A História comprova através das relíquias de sociedades muito anteriores à nossa que atos violentos sempre estiveram presentes na vida do homem, e sem falsos moralismos, podemos dizer que a violência se configura como um item cultural em todo o mundo. Claro que, em épocas distintas e em sociedades distintas, essa violência assume diferentes formas e em grande parte dos casos é até justificada em nome do progresso ou de Deus. E claro! Desde que o agredido esteja na ótica do mais “fraco” – isso em qualquer sociedade e em qualquer época.

Na sociedade contemporânea, a lógica da violência não difere muito das eras anteriores, ainda que a sociedade de hoje seja muito mais complexa em todos os seus aspectos constitutivos do que há alguns séculos atrás. Porém, o que quero tratar nestas linhas é que nos últimos anos fomos apresentados a uma nova faceta da violência, o terrorismo, mais um dos tentáculos de um sistema econômico falido que privilegia alguns em detrimento de outros, todavia isso é profundo demais para a mídia sensacionalista explicar, preferindo abordar os atos de violência do terrorismo como uma nova moda entre loucos extremistas e religiosos. Um pensamento bem superficial, mais “plug and play”, “on line”, rápido e com o menor exigência de raciocínio possível… Frutos do nosso novo jeito mesquinho de pensar GRANDE, mas ao mesmo tempo tão tacanho.

O dicionário nos brinda com as seguintes definições para terrorismo: 1 – Modo de coagir, ameaçar ou influenciar outras pessoas, ou de impor-lhes a vontade pelo uso sistemático do terror; 2 – Forma de ação política que combate o poder estabelecido mediante o emprego da violência. Na minha humilde opinião a definição número “2” pode ser a definição da palavra protesto, mesmo com o uso de “mediante o emprego de violência”. Mas é óbvio que o que classificará determinados atos como terrorismo, não serão definições de dicionários, devemos nos valer que algumas questões jurídicas e, principalmente, políticas contam muito.

De fato, isso não vem ao caso agora, pois o que quero me atentar é para os casos de violência que vêm acontecendo no Rio de Janeiro nos últimos meses, principalmente durante esta semana: incêndios a ônibus (com os passageiros dentro), a carros, fuzilamento de inocentes, tiroteios, assaltos, tombamento de helicóptero da polícia como se fosse numa guerra; tudo isso ocorrendo ao mesmo tempo que Osama Bin Laden, segundo a mídia – esse sim o terrorista – arquiteta mais um plano para explodir outro prédio ou avião e matar inocentes. E eu pergunto, em ambos os casos ,o que mais assusta não reside no fato de inocentes serem vítimas desses ataques para sobrepor a ordem estabelecida? Sim! De fato!

O que vem acontecendo em todo o Rio de Janeiro, no mínimo, se aproxima muito da definição de atos terroristas, pois violam qualquer declaração de Direitos Humanos, rompem com as garantias que o Estado tem para com o cidadão. E a mídia por sua vez insiste em mostrar o “sucesso” da política de segurança pública do Governador. Os especialistas dizem que ainda é cedo para falar que os níveis de violência aumentaram por causa das UPPs ou qualquer outro patrulhamento mais ostensivo, mas é notório também que só a repressão a qualquer poder paralelo não é suficiente diante das desigualdades que são vislumbradas aos olhos de grande parte das pessoas jogadas à margem da sociedade.

Magé é um grande exemplo das falhas que a política ‘quase fascista’ do Estado do Rio de Janeiro traçou em relação à segurança. Vários traficantes fugiram para nossa cidade, que praticamente se limitava à crimes “políticos”. Fomos vitimados por estampidos que na manhã seguinte resultavam em corpos sendo arrastados por policiais ou encontrados dias depois.

Não quero dizer aqui que deveríamos deixar como antes, mas é fato que apenas a repressão ao tráfico não é suficiente para conter a violência. Trata-se de um problema muito sério, antigo e com raízes muito mais profundas do que essa política que o Estado estampa por aí com a ajuda da mídia. Se as raízes são profundas e queremos extirpar a árvore do poder paralelo que se assume como autor de grande parte do desconforto e do descontrole que vivemos hoje, não basta arrancarmos os seus galhos, precisamos de uma estratégia eficaz para que possamos ir mais a fundo e atacar a raiz, para que amanhã uma nova árvore maligna não esteja crescendo. Tentam de tudo para combater a violência, menos diminuir as desigualdades de nossa sociedade cada vez mais injusta, não pensam em Reforma Agrária e em Educação (como direito social) como soluções que efetivamente combatam a violência. E não pensam por quê?  Se as pesquisas do IBGE dizem que a miséria do campo é responsável por grande parte das “calamidades” que nos assolam? O IBGE trabalha para o Estado e por que essas informações não são levadas em conta na hora de tratar um assunto tão sério quanto  a violência e a segurança? Se os Direitos Humanos fossem levados em consideração (tanto dos moradores de comunidades carentes, dos policiais que trabalham em UPPs e da população em geral) com certeza não teríamos apenas medidas paleativas para esse assunto.

Só para se ter idéia:

Estatísticas levantadas em 25 países diferentes: durante 8 meses foram contados 65 ataques terroristas (1 atentado a gás, 3 atentados com cartas-bombas e pacotes-bombas, 6 explosões detonadas por terroristas suicidas, 10 atentados praticados com armas de fogo, 18 explosões de bombas programadas e 24 atentados com carros-bombas). Já no Rio de Janeiro: foram registrados 15 ataques desde a noite de terça-feira (23) até a manhã de ontem, quarta (24) (5 ônibus, 12 carros e uma van foram incendiados). Em poucas horas chegamos a mais de 15% do total de ataques que aconteceram no mundo inteiro em 8 meses.

E depois de digerir tudo isso e refletirmos sobre todo esse Estado caótico, só poderíamos pensar em piadas de humor negro, então lá vai um alívio para o nosso querido Governador e para as demais instâncias superiores do nosso Brasil: “Com toda essa violência aí no Rio de Janeiro só tenho uma coisa pra dizer, graças a Deus que não está chovendo forte também!”

A arte de andar por Magé

De vez em quando, ao andar por Magé, descobrimos coisas inusitadas: placas na igreja proibindo a entrada de gado, urubus na praia, picolés sem preço, recados nos muros, Cozzolinos onipresentes e onipotentes, onibus ilegais, McDonalds, etc.

Na praça da prefeitura de Magé, por exemplo, vemos esta advertência:

Em São Francisco, durante o Carnaval, vimos esta placa – um recado, não para os moradores, mas para os próprios políticos:

Em Suruí, descobrimos este salão (de beleza?):

E as ruas em completo estado de abandono:

No centro de Magé, há um outro “salão de beleza”, onde o letreiro é cômico e o cliente parece estar indo pra tortura:

Ainda no centro, uma esquina assemelha-se à um lixão:

Na praia de Mauá, o esgoto é despejado diretamente na água, o lixo cobre toda a areia e, assim, a praia é imprópria para o banho:

Nosso governo municipal é marcado por políticas populistas que só querem conquistar mais votos, tirando vantagem da pobreza e falta de informação das pessoas:

Nossa história é covardemente desvalorizada. Não valorizamos nosso passado e nem tão pouco pensamos no futuro:

Uma cidade é feita em conjunto: cidadãos, atitudes, governos, linguagens, ideias, histórias e objetivos. Isto forma a cultura de uma região, de uma cidade, de uma metrópole, de uma nação. Com tudo isso em mente, eu pergunto:


Dificius Populi

“Oi, pessoal do blog de Mage. Eu quero confessar que tenho um grande problema: eu não entendo metaforas. As pessoas dizem as coisas e eu levo tudo ao pe da letra. Nas aulas de matematica, eu não consigo entender quando  o X e  o Y viram um resultado com numeros. Nas de literatura, eu não entende o ‘ler nas entrelinhas’ que a professora tanto fala. Isso me deixa muito triste. As pessoas me chamam de burro e que eu estou no fundo do poço! E nem isso eu consigo entender!”

assinado: mageense a um passo do suicidio.

RESPOSTA DO BLOG: Por favor, não cometa tal besteira. Suicídio não é a saída para nenhum de nós. Para te ajudar, de fato, aí estão algumas dicas:

1. Visite mais o nosso blog. Aqui, você vai aprender que Mage, metaforas, pe, matematica e suicidio tem acento.

2. O X e o Y, na matemática, sempre foram grandes problemas epistemológicos. Alguns cientistas dizem, inclusive, que o X=Y em muitos casos.

3. As metáforas entendidas ao pé da letra não te causarão maiores transtornos se você começar a pensá-las deste modo:

a) GATO POR LEBRE – não pense num gato disfarçado de lebre,

e sim numa situação em que você esperava ter uma coisa, geralmente boa, e recebe outra, geralmente ruim.

b) TEMPESTADE EM COPO D’ÁGUA – não pense, de modo algum, que está acontecendo uma tempestade dentro de um copo,

mas apenas que alguém está dando importância demais a algo que não importa tanto.

c) CARA DE PAU – ao ouvir esta expressão, não pense que alguém possa ter um pau (nome popular do órgão sexual masculino) no lugar do rosto,

mas apenas que, embora não dissesse a verdade, a pessoa continuasse agindo como se o que dissesse fosse verdade. Pau, neste caso, refere-se à madeira, de estrutura áspera e dura.

d) CARA DE PAISAGEM – não, esta expressão não se refere à alguém com árvores, flores e pássaros no rosto,

mas somente a alguém que, no momento, não está dando muita atenção ao que está acontecendo ao seu redor, ou que está simulando não prestar atenção.

e) COMER MERDA – apesar de haver muitos adeptos da coprofagia, você não deve pensar em alguém num restaurante ingerindo fezes.

Esta expressão indica apenas que o que a pessoa está falando, na verdade, não tem fundamentos, não é verdade ou é totalmente absurdo.

Espero que estas explicações tenham te ajudado, ao menos em parte, a sanar o seu problema. E da próxima vez que alguém disser que você é burro e que está no fundo do poço, não se imagina assim:

Esta expressão nada mais é do que outra metáfora. Como resposta a eles, recomendamos este sinal:

Até a próxima!

Agradecimentos

Queremos AGRADECER A TODOS QUE VISITAM NOSSO BLOG, pela fidelidade com que acessam nossa página. Mês passado chegamos a expressiva marca de 6.000 (seis mil) visitas!

Obrigado também pelos e-mails, orkut e comentários que vocês nos enviam participando do blog. Não somos nada agora e seríamos menos ainda se não fossem por vocês! Lembrando que pior do que não ser nada é  não ser  porra nenhuma!

Todos os comentários são especiais, tanto os que aplaudem como os que nos denigrem! Parafrasendo marketings: Amo muito tudo isso!

Aliás um desses comentários chamou muito a atenção. Foi este, feito por “Grogh pixadora!: “ahhh qual foi! geral bota maionese na pizza, isso não é só em Magé não! e outra que metade dessas frases foram copiadas da [DES]Ciclopedia! SEM +!”. Cornetando o post frases típicas de Magé parte 1Bem, o blog também tem alguns comentários a fazer sobre os que vc, Grogh pixadora!, falou:

1 – Porra, descobriram nosso segredo! Todas as piadas deste blog são copiadas do site Desciclopédia. Inclusive nesse site encontramos de tudo, até a verdade sobre a origem do universo. (De fato, esquecemos de colocar a fonte)

2 – Como assim “geral bota maionese na pizza”???? Onde???? Tirando Magé, em qual outra cidade civilizada no mundo as pessoas colocam maionese na pizza???

3 – Grogh Pixadora! provavelmente além de comer pizza com maionese, come pão com feijão!

Obrigado, Grogh pixadora! E cuidado com a polícia, pois um tal de Capitão Nascimento odeia pixadores!

E pra finalizar, mas uma vez agradeceremos pelos acessos no 3:




Mitos de Magé: a sereia de Mauá

Uma lenda muito antiga conta que Iara, certa vez, após ter se afastado demais do oceano, perdeu-se em Magé (que azar!). Vagando sem rumo pela cidade, ela percebeu que Magé tinha tudo para ser A CIDADE MAIS PRÓSPERA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO, pois encontrava-se entre a baixada industrial e a região serrana turística.

Notou, facilmente, a intrigante recorrência do nome COZZOLINO em diversos pontos da cidade e, após conversar com vários moradores, concluiu (sem fazer muito esforço) que este era o motivo de Magé ser a merda que é.

Revoltada, Iara resolveu protestar! Hoje, ela se encontra à entrada de Mauá, imóvel como uma estátua; não come, não dorme, não fala com uma pessoa sequer.

Acredita-se que ela só vai por fim ao protesto quando TODOS OS COZZOLINOS PARAREM DE DESTRUIR MAGÉ.

Muitos dizem que ela nunca sairá de lá.

Dia Nacional da Consciência Negra – Magé

Hoje comemora-se o Dia Nacional da Consciência Negra, e Magé tem um passado rico nessa História que é cada vez mais esquecido pelos moradores e pelos profissionais como os historiadores que, sem apoio dos poderes governamentais da cidade para divulgar e conscientizar a população, ficam de mãos atadas.

O texto foi publicado no ano de 2007, mas  encaixa-se muito bem nos dias de hoje que ainda o torna atual. Vale a pena ler.

O tesouro cultural que Magé desconhece

No meio do caminho entre a Baixada Fluminense e a Região Serrana, tendo como pano de fundo a Baía de Guanabara, o município de Magé, hoje praticamente uma cidade-dormitório, abriga um tesouro cultural, desconhecido, inclusive, por boa parte de seus 250 mil habitantes. Bem próximo ao Centro, lá está encravado o Morro da Maria Conga. E quem foi Maria Conga? Boicotada e esquecida pela nossa história oficial, foi uma negra guerreira e carismática, líder dos Quilombos de Magé.

Resgatar a saga da comunidade negra na região, porém, não é tarefa das mais fáceis. Pelo contrário. Uma sucessão de administrações absolutamente desinteressadas em preservar este belo capítulo da história do povo brasileiro , impediu que a população local travasse contato com suas raízes. Felizmente, há exceções. Fala exaltada e veemente, Marcílio da Costa Faria, 68 anos, veterano militante da causa negra no Brasil, é uma delas. É assim como se fosse um patrimônio cultural ambulante de Magé.
“É bom deixar claro que o negro no Brasil sofre discriminação racial e não social. Ou melhor, a questão se tornou social por ter origens raciais, porque quando a mão-de-obra no Brasil teve que ser paga o negro foi alijado do mercado de trabalho, da lavoura, do artesanato. Quer dizer, os negros que, com sua mão-de-obra foram o sustentáculo da Coroa portuguesa, foram descartados quando seu trabalho teve que ser remunerado” , historia Marcílio para quem o clã dos Cozzolino, oligarquia no poder há doze anos no município, procurou destruir todas as referências da cultura negra na região.
Praça do Leilão – Em passeio com Marcílio pela cidade é possível conhecer preciosidades históricas como o Morro do Bonfim, rota de fuga dos negros em direção ao Quilombo de Maria Conga – que se transformava num campo de batalha quando os senhores dos escravos mandavam seus jagunços virem resgatá-los – e Piedade, tradicional bairro negro de Magé, onde os escravos montavam toda a sua estratégia de resistência. Neste bairro encontra-se a Praça do Leilão, antigo porto de desembarque escravo, onde ao chegar da África, os negros eram acorrentados no paredão.
Ainda na Piedade há uma capela inteiramente construída por negros, além de um túnel, escavado por eles, que dá acesso ao Quilombo de Maria Conga, que morreu aos 95 anos de idade. Em 5 de outubro deste ano, sua morte completou cem anos. “Morte não, imortalidade”, rebate Marcílio, lembrando uma célebre frase de Maria Conga, ao cair nas mãos de um senhor de escravo: “O senhor prendeu meu corpo, destruiu meus sonhos, mas não conseguiu alienar minha consciência de mulher negra”.
Segundo Marcílio, poeta, teatrólogo, fundador da Associação Cultural Negra de Nova Iguaçu e membro do Conselho das Entidades Negras do Interior, qualquer prefeito com o mínimo de visão cultural instalaria o Centro Administrativo de Magé em Piedade, verdadeiro berço do município. “Para se ter uma ideia da perversidade dos donos de escravos, antes de serem distribuídos pelas fazendas da região eles eram separados pelo critério da procedência religiosa e étnica. Para evitar articulações de resistência, separavam os Iorubás, os Gegi, os de Angola, ou seja, dois escravos de uma mesma nação não dividiam a mesma fazenda” , recorda.
Quando o assunto é o atual estágio da luta das comunidades negras do Brasil para enfrentar a discriminação racial, Marcílio não esconde seu pessimismo. “O problema é que destruíram nossa cultura, nossa religião. Hoje se você chama dois negros para integrar qualquer coletivo negro, eles já querem logo ter papel de destaque. Têm necessidade de mostrar para o branco que são bonzinhos, que são os mais inteligentes, os melhores. Então, são logo cooptados pelo branco. Também os negros que possuem projeção social e política pouco têm feito para organizar pra valer a nossa raça” .
Marrom-bombom – Traçando um paralelo entre as formas de racismo da África do Sul e do Brasil, Marcílio põe o dedo na ferida, denunciando que a diferença fundamental é que no país de Nelson Mandela os negros sabem quem são seus inimigos, que atuam à luz do dia, enquanto aqui muitas vezes tudo é feito de forma velada. “No Brasil eles atiram pelas costas e para agravar o quadro os negros brasileiros que poderiam estar na linha de frente da organização da raça, preferem ser bem recebidos e assimilados pela elite branca. São os marrom-bombons”.
Mas, como resistir é preciso, mesmo enfrentando a avalanche da especulação imobiliária, os remanescentes do Quilombo de Maria Conga, descendentes de escravos guerreiros e libertários, estão presentes na paisagem do morro, peitando a Altair Imobiliária e construindo suas casas de alvenaria. Aliás, soa no mínimo esquisito o fato de uma empresa pública como a Telerj manter uma repetidora no alto de Maria Conga, quando a atual Constituição garante a titulação das terras dos remanescentes dos Quilombos de todo o Brasil.

Fonte: Aqui

Por que Magé não melhorou com o governo Lula?

Ao assumir o poder em 2002, Lula anuncia as prioridades de seu governo:

1 – Dar uma maior estabilidade econômica ao Brasil.

2 – Aumentar o investimento em políticas públicas.

3 – Trabalhar junto com o Ministério Público e a Polícia Federal no combate à corrupção.

4 – Trazer uma Olimpiada e uma Copa do mundo para se realizarem em solo brasileiro.

5 – Investir recursos em Magé.

FLATUS POPULI

“Sei que pode parecer preconceito, mas não é o caso. Acabei de ser pai de um belo garoto, o problema é que moro em Pau Grande e não queria que meu filho fosse gay. Ele já vai sofrer por ser mageense, tem pelo menos como livrá-lo do preconceito que a sociedade impõe aos homosexuais?”

RESPOSTA DO BLOG: Você pode tentar, segue o exemplo desse pai aqui:

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Pode mandar qualquer coisa, pode falar o que der na telha!!!!